Membro da Backlit Gallery
Alfred House, Ashley Street, Sneinton
Nottingham NG3 1JG
Márcia Porto é uma artista brasileira radicada em Nottingham, Reino Unido. A prática interdisciplinar de Porto abrange pintura, desenho mural, performance e instalação, criando espaços simbólicos imbuídos de uma essência cerimonial e ritualística. Através de sua prática, ela busca criar espaços de reflexão, onde as interseções de gênero, identidade, dor, colapso ambiental e vulnerabilidade se desdobram em gestos silenciosos, porém evocativos. Ela completou o seu Mestrado em Poéticas Visuais em 2008 na Unicamp, Campinas, Brasil. Obteve o seu Bacharelado em Artes Visuais e o Bacharelado em Educação Artística em 1988, ambos pela Unicamp, Campinas, Brasil.

STATEMENT
Sou artista, educadora e pesquisadora brasileira, residente em Nottingham, Reino Unido.
Minha prática interdisciplinar abrange desenho mural, performance, instalação e pintura, onde
utilizo o desenho e a performance como rituais diários de exploração. Crio espaços simbólicos imbuídos de uma essência cerimonial e ritualística. Meu trabalho investiga a intrincada relação entre corpo, dor e espaços naturais e humanizados, enfatizando as experiências corporais, a corporeidade e a política espacial.
Essa relação gera códigos de significado para a experiência sensível e emocional da dor, seja ela física ou decorrente de processos de desidentificação e exploração ambiental em contextos sociais e políticos. Examino os estados mentais vulneráveis provocados pela dor, que muitas vezes entorpecem a reflexão e intensificam os sentimentos de desconexão e isolamento. Minha abordagem parte do reconhecimento da dor como um campo simbólico, buscando a reconstrução e a reparação como caminhos para reconectar os corpos e suas subjetividades fragmentadas.
Como artista do Brasil, um país marcado pela violência sistêmica contra as mulheres, minha prática está profundamente comprometida em amplificar as vozes das mulheres como locais de empoderamento e resiliência. No centro da minha pesquisa está a exploração dos itinerários traçados por mulheres nômades, cujo nomadismo funciona como metáfora e estratégia contra a imposição de identidades homogeneizadas.
Visualmente, construo metáforas por meio dessas figuras itinerantes, estabelecendo paralelos com minha herança ancestral. Elementos como o vento e o nevoeiro são recorrentes em meu trabalho, cultivando uma paisagem simbólica onde os movimentos lentos e a opacidade em camadas convidam à reflexão sobre tempo, memória e transitoriedade.
Minhas escolhas materiais são parte essencial desse processo. Utilizo camadas e veladuras em pinturas a óleo, superfícies translúcidas ou opacas em desenhos e instalações. Na performance, os movimentos repetitivos e quase meditativos aprofundam ainda mais a investigação sobre a temporalidade e a relação do corpo com o ambiente.
Através da minha prática, procuro criar espaços de reflexão, onde as interseções de gênero, identidade, dor, colapso ambiental e vulnerabilidade se desdobram em gestos silenciosos, porém evocativos.
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