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Residência Artística em Araçatuba/SP

Um rito para este feitio

1.

É assim que te vejo

Vermelha

Ventre mate entre a palavra

E o acidente

Corpo preso em gestos

De vento.

 

Não te nomeio. Tua imagem

São mil nomes

Sem nenhum temor.

 

Expões-te àquilo que passa

Diante da lente

Inquietude latente da palavra

Um arrepio

Às voltas do cordão

Silêncio tecendo o fio

Que nos resgata

Deste improvável

Labirinto.

 

2.

(De feitio selvagem) o corpo

Na urgência da finitude

Sangrando palavras estorvadas

Que não superam o desejo.

 

Se o tempo arrasta o mundo

E se basta

Quero a vida

Com seus pretensos milagres

 

Nada que me afaste

Da substância dos sonhos

Além do cordão

E das estradas

Entranhas emolduradas

Pelas manhãs.

Poem: Sidnei Olivio

Photo: Márcia Porto

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