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Residência artística em Araçatuba.

Lovecraft (1890-1937), em um de seus poemas, escreveu que um
fazendeiro de mais de oitenta anos tentou abrir um poço profundo junto à porta.
Li o poema "O Poço"; há sete anos – e desde então, essa imagem está comigo.

 

Como muitas pessoas, fui pega pela quarentena do Covid-19 em pleno
trânsito entre um ponto e outro. Quando me assentei, encontrei-me em um
terreno que, em 1932, abrigara quatro casas.

 

Nestas casas, encontrei muitas histórias: nos rebocos caídos, nos
nomes das crianças inscritos nas paredes, nas tramelas das portas, e também no
jardim – onde é possível encontrar hortênsias entre espadas de São Jorge,
roseiras, babosa e salsinha.

 

Diante da imagem da porta branca da casinha do fundo, o presente não
cessa de se reconfigurar. Esta casinha tem dois mundos: um, com a história da
minha família mesclada com a de tantas outras; outro, que representa um campo
arqueológico – o qual me atrevi a explorar aos poucos.

 

Após sete anos, tive meu poço junto à porta.

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